SP: Trabalhadores da BRF farão manifestação nacional contra defasagem salarial

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SP: Trabalhadores da BRF farão manifestação nacional contra defasagem salarial
Em 2015 a BRF lucrou R$ 3,111 bilhões, resultando em uma alta de quase 40% em relação a 2014. Reajuste da categoria para maio desse ano deveria ser de 9,83%, segundo DIEESE

Insatisfeitos com os resultados das negociações coletivas de trabalho em todo o País, representantes dos trabalhadores da BRF farão uma manifestação na manhã desta terça (10/05), em São Paulo (SP). A convocação para o ato, que deve reunir diversos sindicatos, federações e centrais sindicais, foi feita pela Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins), representante de aproximadamente 110 mil trabalhadores da BRF no Brasil. A concentração está prevista para às 10h, na Liberdade.
De acordo com a entidade, a BRF, dona das marcas Sadia, Perdigão e Qualy, tem imposto uma política rígida nas negociações coletivas de trabalho, que inclui a dificuldade da correção da inflação dos últimos 12 meses da data-base, no salário dos trabalhadores. Desde abril a CNTA Afins tem tentado buscar diálogo com a gigante do mercado alimentício mundial, chegando a propor reuniões com o presidente da empresa.
“Não podemos permitir que esta situação continue para não contaminar outros setores das empresas da categoria da Alimentação. E se a BRF resolver continuar com esta postura e não atender às reivindicações dos trabalhadores, iremos dar continuidade à nossa mobilização até que eles mudem esta política perversa”, afirma o presidente da CNTA Afins, Artur Bueno de Camargo, que não descarta a possibilidade de paralisações e até mesmo campanhas nacionais e internacionais de boicote às marcas da empresa.
Números
O piso salarial médio dos trabalhadores da BRF é de R$ 985,99. Em 2015 (quando o IPCA fechou com alta de 10,67%), a categoria conquistou reajustes com ganho real médio de 0,58%. De acordo com levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) a pedido da CNTA Afins, em 2015 a BRF lucrou R$ 3,111 bilhões, resultando em uma alta de quase 40% em relação ao ano anterior. Somente para repor a perda salarial dos últimos 12 meses (medida pelo INPC), os trabalhadores com data-base em maio, por exemplo, deveriam atingir o reajuste de 9,83% atualmente.
Economista do DIEESE, Paulo Alexandre de Moraes avalia que apesar do momento delicado em que a economia brasileira vive, a BRF é uma das poucas empresas que tem aumentado vendas e expandido lucros.
“Com uma taxa de câmbio mais competitiva como as que hoje são observadas, empresas exportadoras tendem a encontrar no mercado externo um espaço importante para o incremento de suas vendas. E este é o caso da BRF”, avalia.
“Não há nada no Relatório de Sustentabilidade da empresa, de 2015, que sinalize para uma piora de suas condições econômicas. Ao contrário: enquanto a receita liquida expandiu cerca de 11%, o lucro liquido cresceu quase 40% entre 2014 e 2015. Ou seja: a empresa está ainda mais lucrativa, de forma que são duas situações diferentes. Se por um lado as taxas mensais de inflação tem se mantido muito altas, na casa dos 9% e 10%, o que por si só contribui para um ambiente de negociação mais difícil no plano geral; por outro, nenhum indicador financeiro da empresa demonstrou qualquer sinal de deterioração no período. Por isso, nada justifica que os ganhos reais médios observados no ano passado (na faixa entre 0,5 e 1% acima da inflação) não sejam repetidos neste ano.”, acrescenta Paulo.
Serviço:
Data: 10/05/2016
Hora: 10h
Local: concentração na sede da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo (FETIASP) – localizada na rua Conselheiro Furtado nº 987, Aclimação, Bairro Liberdade – São Paulo (SP).


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