BRF se recusa a dialogar com trabalhadores

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BRF se recusa a dialogar com trabalhadores

Apesar de afirmar estar “disposta a dialogar com sindicatos e entidades representativas”, dona das marcas Sadia, Perdigão e Qualy se recusou a receber documento unificado e representantes sindicais em manifestação dessa terça


Entidades sindicais que representam 110 mil trabalhadores da BRF no Brasil fizeram uma manifestação em frente à sede da empresa, na manhã dessa terça (14/3), em São Paulo (SP). Com carros de som, faixas e gritos de ordem, cerca de 150 dirigentes de sindicatos, federações, confederações e centrais sindicais cobraram o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), referente a 2016. Na ocasião, a BRF se recusou a receber ofício assinado pelos organizadores do ato: a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins) e a Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação da CUT (Contac). Uma nova manifestação está prevista para esta quarta (15/3), no Centro de Distribuição da BRF, em Embu (SP). Categoria não descarta a possibilidade de greve geral nos próximos dias.

De acordo com o presidente da CNTA Afins, Artur Bueno de Camargo, “já era se esperar esta postura da BRF”, tendo em vista as dificuldades enfrentadas pelas entidades sindicais nas negociações do ano passado. Segundo a confederação, que encabeçou o movimento após reunião nacional no dia 8 de março, há a possibilidade de greve geral, caso a BRF não reveja seu posicionamento.  Segundo levantamento recente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a receita líquida da empresa, em 2016, totalizou R$ 33,7 bilhões, 4,8% a mais do que em 2015.

“Se tratando da direção da BRF, já temos exemplos de sobra sobre a falta de diálogo, como quando a BRF também se recusou a dialogar com representantes sindicais mesmo durante uma greve de trabalhadores do Paraná, no ano passado. Lamentamos termos de enfrentar tamanha resistência, até porque, principalmente, na atual circunstância, nós entendemos que é através do diálogo que podemos construir alternativas que possam atender as necessidades dos trabalhadores.”, avalia Bueno.

Entenda o caso
No início de março, a BRF comunicou que não irá pagar a PLR aos trabalhadores (referente a 2016) sob a alegação de prejuízos causados por falhas de gestão e “cenário (econômico) difícil”. Em vídeo recente gravado pelo CEO da empresa, Pedro Faria, a BRF afirma que a “PLR não é uma obrigação da companhia para com seus funcionários”. “Eu assumo integralmente a responsabilidade por esses resultados, como o líder maior da organização”, diz outro trecho, repercutido negativamente entre os trabalhadores, que também se manifestam e fazem graves denúncias à BRF pelas mídias sociais, como na página do facebook “Trabalhadores da BRF Brasil”.
“A partir do momento em que a BRF implantou o processo da PLR e os trabalhadores cumpriram com suas metas, ela tem, sim, que pagar o atingimento das metas. Quem está deixando de cumprir com o seu dever é a empresa. Se a BRF não atingiu a meta dos lucros pretendidos por ela, isto é um problema de gestão. E se os gestores erraram e, inclusive, assumiram publicamente, não serão os trabalhadores quem arcarão com as consequências”, afirma a CNTA, que critica os investimentos milionários da BRF na expansão de suas unidades no exterior ao longo de 2016.


Assista ao vídeo de pronunciamento da CNTA:


Denúncias dos trabalhadores no facebook:
Confira o levantamento do DIEESE:

Entenda o caso:

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