ARIE do Córrego Mato Grande ganha Plano de Manejo

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Documento resultou de cinco oficinas com ampla participação da comunidade

O Instituto Brasília Ambiental, por meio de sua Superintendência de Unidade de Conservação, Biodiversidade e Água (Sucon), entregou na tarde desta quarta-feira, 19/6, o Plano de Manejo da Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) do Córrego Mato Grande, localizada em São Sebastião, para os agentes daquela Unidade de Conservação.  A versão final do Plano contou com a contribuição de cinco oficinas, virtuais e presenciais, consideradas muito participativas, realizadas com a comunidade local no ano de 2022.

O presidente do Instituto, Rôney Nemer, destacou a importância do documento. “A ARIE agora conta com o documento técnico que define seus objetivos, estabelece e norteia suas normas de uso. O Plano de Manejo é um documento consistente, elaborado a partir de diversos estudos, incluindo diagnósticos do meio físico, biológico e social. A área técnica produz o estudo e os agentes da unidade trabalham na sua execução”, lembrou.

Nemer ressaltou que o Plano também inclui medidas para promover a integração da ARIE à vida econômica e social das comunidades vizinhas, “o que é essencial para que a implementação da unidade seja mais eficiente”.

O secretário de Meio Ambiente e Proteção Animal (Sema), Gutemberg Gomes, parabenizou a equipe do Instituto pela coordenação da elaboração do Plano, e enfatizou a importância da gestão compartilhada da ARIE, que ganhou destaque no documento. “Temos que implantar a gestão compartilhada, que é estado e sociedade trabalhando juntos, porque ela vai nos ajudar muito, inclusive, no aspecto da educação ambiental para a comunidade”, justificou.

Apresentação – O Plano de Manejo foi apresentado pela diretora de implantação de Unidades de Conservação (Dipuc) do Instituto, Carolina Lepsch. Ela informou que o documento é composto dos encartes Diagnóstico Sócioambiental e Planejamento, além de um resumo executivo.

Lepsch salientou que a ARIE pertence à categoria de uso sustentável, que são áreas com pouca ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abrigam exemplares raros da biota regional. “Têm como objetivos manter os ecossistemas naturais, além de regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizar tais usos com a conservação da natureza”.

A ARIE do Córrego Mato Grande, criada em 2004 por meio do Decreto 25.067, abrange o córrego Mato Grande e o ribeirão Santo Antônio da Papuda. Conta com importantes características naturais e culturais, e está localizada em área de risco, diz o diagnóstico do Plano.

A caracterização “de risco” se dá pelo fato de estar situada em planície inundável, que é uma área plana recebedora das águas das chuvas das áreas mais altas do entorno. “Portanto, deve ser protegida para que conserve a região de São Sebastião, onde está inserida”, destacou a diretora.

Relevância – A ARIE possui área total de 132,1319 ha e está inserida na Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio São Bartolomeu, criada em 1983 pelo Decreto n.º 88.940. Nos estudos do Plano de Manejo foram identificados, em campo, 155 espécies de flora, seis anfíbios, cinco répteis, 158 aves e cinco mamíferos. E em literatura, 257 espécies de flora, 48 anfíbios, 31 répteis, 136 aves e 59 mamíferos. Já a pesquisa da história e cultura da região trouxe à tona que existiam, aproximadamente, cem olarias na área, que, inclusive, produziram tijolos para a construção de Brasília.

As informações do Plano de Manejo também revelam que a ARIE provê diversos serviços ecossistêmicos, mantém remanescentes do Cerrado e contém diversidade biológica resistente às interferências decorrentes de um entorno em meio urbanizado.