Cresce número de interessados em adotar crianças negras
Grupos de apoio têm papel fundamental na preparação de pretendentes à adoção
O ano de 2013 começou com uma boa notícia. Dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) apontam que o número de pretendentes à adoção que não se importam com a cor da pele da criança ou adolescente cresceu de 31,4% para 37,75%, desde dezembro de 2010. Já o número de pretendentes que preferem bebês menores de um ano de idade, diminuiu de 19,6% para 16,16%.
Grande parte dessa mudança se dá devido ao trabalho de grupos de apoio à adoção espalhados pelo país. Hoje, são 122 grupos que, entre outras funções, têm como objetivo inserir os pretendentes à adoção em discussões sobre o tema.
De acordo com Soraya Pereira, presidenta da Ong Aconchego, de Brasília, a lei exige, desde 2010, que todo o pretendente à adoção passe por um curso de preparação. “Essa lei tem um lado muito bom que é a de desmitificar a adoção. Hoje o tema é falado com mais tranquilidade, e os pretendentes podem adquirir mais conhecimento antes de adotar”, afirma ela, que também é mãe por adoção.
Soraya explica que os cursos de preparação realizados pelos grupos é uma forma de colocar o pretendente a adoção em contato direito com pessoas que já vivenciaram essa situação. “A gente abre um espaço para reflexão, sem julgamentos”, conta.
Em Brasília, a Aconchego oferece capacitação nacional para técnicos e profissionais através do projeto “Novos Vínculos Afetivos para Crianças e Adolescentes” em parceria com o com a Secretaria de Direitos Humanos e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, desde 2012.
Ainda segundo Soraya, há lugares em que esses cursos são feitos pelo Judiciário e outros onde ainda não são feitos.“Nós, dos grupos de apoio à adoção, lutamos, hoje, para que seja criado um protocolo nacional de, no mínimo, seis encontros para cada pretendente”, conta. Este protocolo está sendo construído pelos grupos de apoio à adoção, Secretaria de Direitos Humanos, CNJ, CNMP, CONANDA e outros atores do sistema de garantia de direitos.
Mais informações sobre a ong Aconchego:www.aconchegodf.org.br
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