Agência Brasília* | Edição: Carolina Lobo
“Essas ações visam alertar a população para a gravidade da doença, formas de prevenção e tratamento, buscando focar no público-alvo, populações chaves e populações prioritárias. Combater a sífilis é uma responsabilidade de todos”Daniela Magalhães, gerente substituta de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde
No Distrito Federal, os casos de sífilis vêm aumentando. Entre os anos de 2017 a 2021, foram notificados 9.813 casos de sífilis adquirida, 3.370 casos de sífilis em gestantes e 1.645 casos de sífilis congênita, que é quando a doença é transmitida de mãe para filho. Quanto à sífilis adquirida, em 2021, foi observado um aumento no número de casos entre homens na faixa etária de 40 a 59 anos. No ano anterior, o maior número de casos ocorreu entre homens de 20 a 39 anos.
O diretor de Estratégia de Saúde da Família, José Eudes Barroso, representou a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, e destacou a importância de debater o tema e falar da transmissão vertical da sífilis, principalmente em gestantes, que correm o risco de passar a doença para seus filhos.
“Precisamos rever os processos de trabalho, principalmente na Atenção Primária, para melhorar a capacidade de diagnóstico e tratamento, reduzindo assim a transmissão, principalmente, da sífilis congênita. Além disso, fortalecer o pré-natal, que é onde a gestante é acompanhada”, afirmou Barroso. Segundo o diretor, a qualificação dos profissionais da Atenção Primária é um caminho para aumentar a capacidade de manejo da doença.
De acordo com dados da Opas/OMS, são 7,1 milhões de casos de sífilis no mundo, sendo que, desse total, 2,5 milhões são nas Américas. A meta é aumentar a testagem em todo o mundo, tendo em vista que já há testes rápidos para diagnóstico de sífilis, HIV e hepatite.
“Temos que analisar todas as ações, verificar quais são os nossos desafios e o que ainda é preciso fazer para acabar com a transmissão de sífilis, que hoje é um problema de saúde pública mundial”, afirmou o representante da Opas/OMS no Brasil, Miguel Aragon, representando Socorro Gross.
O representante da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Pereira, destacou que a prevenção da sífilis é uma maneira de evitar também outras infecções sexualmente transmissíveis, como HIV e hepatites. “É importante notificar os casos, diagnosticar e tratar. Além disso, também é necessário tratar o assunto sem tabu”, frisou.
Ações educativas
A Gerência de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde (SES) promove a atualização dos profissionais de saúde para incentivar a população a procurar as unidades básicas de saúde (UBSs) para fazer a testagem e o tratamento para sífilis. Além disso, a gerência estimula que os serviços de saúde promovam ações que ofertem testes rápidos, pois há um crescimento no número de casos.
“Essas ações visam alertar a população para a gravidade da doença, formas de prevenção e tratamento, buscando focar no público-alvo, populações chaves e populações prioritárias. Combater a sífilis é uma responsabilidade de todos”, alerta a gerente substituta de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis, Daniela Magalhães.