Rafael Secunho, da Agência Brasília | Edição: Claudio Fernandes
O motoboy César Santos, 47 anos, morador do centro de São Sebastião, chegou por volta de meio-dia com mais três amigos para curtir o forró da banda Trupyká. Frequentador assíduo da feira, César aprovou a iniciativa. “Nossa cidade é carente de locais para se divertir, ouvir uma boa música”, afirma. “Então, levar cultura para um lugar como a feira, onde todo mundo se encontra, lugar tradicional, é uma ideia muito legal. Estão de parabéns os organizadores”, diz.
Parada para comprar e se divertir
Sentado em uma mesa em frente ao palco, o casal Davi Rocha, 28, e Claudia Vieira, 29, saiu de Arniqueira para encontrar os compadres na feira. Segundo o rapaz, que trabalha como encarregado de obras, eles estão mudando para a região e nada melhor do que já ir se acostumando com o novo programa dominical. “Esse movimento aqui está maravilhoso. É uma situação onde a pessoa sai de casa, compra uma verdura e ainda aproveita uma música ao vivo”, afirma. “Achei muito legal e animado. Traz uma alegria muito boa para a feira”, diz.
Dona de uma banca de hortifrúti, Roselita dos Santos, 58, comercializa todo fim de semana na feira. Ela e o marido são agricultores da vila Café Sem Troco, no Paranoá. Para a senhora, o movimento tem melhorado bastante de uns meses pra cá. “É interessante que as pessoas passam, compram o que precisam e depois seguem para ouvir a música”, conta. “Acho que melhora o clima também da feira, fica mais alegre”, confessa. “A iniciativa é boa. Como tem mais gente frequentando, soube até que tem comerciantes brigando para estar mais perto do palco”, concorda o feirante Francisco Brito, 45, dono de uma banca de petiscos e almoço.
Parceria com a Secretaria de Cultura
A organização é do Grupo Cultural Azulim, de Sobradinho, e teve um investimento de R$ 910 mil da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), por meio de um termo de fomento assinado entre ambos. São 324 apresentações previstas até o fim de outubro, com a participação de cerca de 700 artistas do Distrito Federal.
“Passamos por um período de pandemia muito complicado, onde os artistas foram os primeiros a parar e os últimos a voltar. Então, além de ser bom para eles, melhora a economia local e a autoestima de todos”, observa o produtor cultural Dorival Brandão, que idealizou o evento. A cantora Betty Silva e a banda DKDY, de São Sebastião, também se apresentaram.
“A feira hoje está lotada e isso representa muito para esses comerciantes que tiram daqui o seu sustento. E lembro também que a cidade tem um movimento cultural variado, com grupos de forró, pagode, samba, e todos esses músicos estão sendo beneficiados”, conclui administrador da cidade, Ataliba Rodrigues.
A programação musical está disponível no perfil @musicanasfeiras no Instagram.