A campanha vai mobilizar hemocentros de todo o país para promover ações e fortalecer doações
Solidariedade que salva vidas. Para promover esse sentimento e aumentar as doações de sangue nos 107 hemocentros distribuídos em todo o país, o Ministério da Saúde lançou nesta segunda-feira (14), a campanha “Doe sangue regularmente. Com a nossa união, a vida se completa”. A data celebra o Dia Mundial do Doador de Sangue.
Durante a cerimônia de lançamento, no auditório da Pasta em Brasília, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que no Brasil são realizadas, em média, cerca de 3 milhões de doações de sangue por ano na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). “Toda essa ação só é possível porque o SUS é uma política pública muito bem-sucedida. O número de doações também demonstra a solidariedade do povo brasileiro”, disse.
Por conta da pandemia, em 2020, o registro de doações caiu cerca de 10%. Foram 2,9 milhões de doações realizadas no ano passado. Mesmo com a redução, não houve desabastecimento de sangue no Brasil.
Com o Plano Nacional de Contingência do Sangue, o Ministério da Saúde realizou o remanejamento de bolsas entre os estados para que não houvesse escassez. Em 2020, foram remanejadas 2.481 bolsas de concentrado de hemácias entre os hemocentros coordenadores estaduais. Em 2021, até maio, foram 185 bolsas.
O Ministério da Saúde investiu, em 2021, R$ 1,6 bilhão na Rede Nacional de Serviços de Hematologia e Hemoterapia (Hemorrede). No ano passado, os recursos para a rede somaram R$ 1,8 bilhão.
Ao apresentar a campanha para doação de sangue, Queiroga ainda reforçou a necessidade contínua de cumprir o preceito Constitucional da saúde como direito fundamental. “Esse compromisso é garantido pelo Ministério da Saúde e pelos entes subnacionais dos estados e municípios, que aplicam esses serviços disponíveis a todos os brasileiros”, afirmou.
Segundo a Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, do ministério, cada doação ajuda a salvar até quatro pessoas. A campanha vai mobilizar os bancos de sangue de todo o país para promover ações e fortalecer as doações.
Ao reforçar a importância das doações, o secretário de Saúde do Governo do Distrito Federal (GDF), Osnei Okumoto, lembrou que depois que a situação pandêmica acabar, as cirurgias eletivas e de grande porte voltarão a ocorrer com mais frequência nos hospitais, que aumentará a demanda. “É muito importante que todos tenham a consciência que realmente vamos precisar da solidariedade, da vontade de salvar vidas e do amor das pessoas. Aqueles que doam sangue são verdadeiros heróis da sociedade”, afirmou.
A representante da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, presente no evento, Socorro Gross, contou que sua família doa sangue regularmente e que se sente na obrigação falar sobre a importância do ato, que salva vidas. “Nós, das regiões das Américas, temos tido uma queda nas doações. Os estoques baixaram. Somente com estratégias bem desenvolvidas poderemos salvar vidas. Precisamos que os jovens façam doações regulares”, disse.
Também participaram do evento o secretário da Atenção Especializada à Saúde (SAES), Sérgio Okane; o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, e a diretora do hemocentro de Brasília, no Distrito Federal, Bárbara Simões.
A campanha
As peças publicitárias serão veiculadas nas principais mídias do país como televisão, rádio, internet e mídia exterior no período de 14 de junho a 7 de julho. A iniciativa é um dos compromissos do Governo Federal em conscientizar a população sobre a importância do esforço coletivo para salvar vidas e aumentar os estoques de sangue no país.
Doação em tempos de pandemia
O Ministério da Saúde lembra, ainda, que os hemocentros estão preparados para receber os doadores em segurança, mesmo durante a pandemia. Diversas medidas foram adotadas para a prevenção da transmissão da Covid-19. Para doar sangue, é necessário prévio agendamento para evitar aglomerações, por exemplo.
Mesmo quem já vacinou contra a Covid-19 pode doar sangue normalmente. Basta esperar um período que varia de acordo com o imunizante aplicado. Aqueles que tomaram a Coronavac precisam esperar 48 horas antes de doar. Já os que foram vacinados com Astrazeneca, Pfizer ou Janssen podem fazer a doação depois de 7 dias.
Bons exemplos
Mesmo durante a pandemia da Covid-19, a família Okamura não parou de doar sangue. Em abril de 2020, pai, mãe e filhos foram juntos ao Hemocentro de Brasília para contribuir com os estoques. “Também doei no fim do ano. Nas duas vezes, eu fiz a doação com agendamento. Segui todos os protocolos: usei máscara e álcool. Aqui em casa, nós também temos nossos protocolos. Tomamos banho, antes e depois de ir ao hemocentro, e trocamos as roupas, por exemplo”, contou Aline Okamura.
A jovem de 31 anos destacou que se sentiu muito segura ao doar sangue durante a pandemia. “O pessoal da saúde está tendo todos os cuidados para fazer as coletas. É importante que a gente, que está saudável, faça essa doação. Como não é todo mundo que pode doar, nós que podemos, precisamos fazer nossa parte”, afirmou Aline.
Angelo Okamura, 61 anos, pai da Aline, é militar e sempre participou de campanhas de doação. “Nós precisamos estar abertos às práticas de ajuda comunitária. A pessoa que precisa de ajuda está passando por um momento muito delicado. Esse lado da solidariedade tem de ser trabalhado para que o pessoal entenda a importância de ajudar o próximo”, disse.
Critérios para doar sangue
Você também pode ser um doador e ajudar a salvar vidas. Conheça as regras para doar sangue:
• O doador deverá ter entre 16 e 69 anos e boa saúde;
• A frequência máxima admitida é de 4 (quatro) doações anuais para o homem e de 3 (três) doações anuais para a mulher;
• O intervalo mínimo entre doações deve ser de 2 (dois) meses para os homens e de 3 (três) meses para as mulheres;
• A doação de sangue deve ser voluntária, altruísta e não remunerada (direta ou indiretamente).
Mahila Lara
Ministério da Saúde
(61) 3315-2562