e Down (CrisDown), chamou a atenção para a importância da família no desenvolvimento das pessoas com trissomia do 21. Para ela, ver a criança como capaz “faz toda a diferença”. O CrisDown, informou a profissional, funciona há nove anos no Hospital da Asa Norte (Hran), e atende duas mil pessoas, desde gestantes com fetos diagnosticados com a síndrome até adultos com Down. Lima ressalta que, com oportunidade, essas pessoas têm conquistado vagas de trabalho, moram sozinhas e ganham autonomia.
Diva da Silva Maria, presidente da Apae/DF, contou sua experiência pessoal como mãe de um homem de 50 anos que tem Síndrome de Down: “Ele tem quase 19 anos de contribuição no INSS, já trabalhou na Câmara dos Deputados, no McDonald’s. A família tem que apoiar e acreditar que aquela pessoa é capaz. A família é a base fundamental para as pessoas com deficiências intelectuais”.
A função do Estado
Mãe da menina Giovana, que acompanhou a audiência sentada à mesa de discussão, Cléo Bohn também ressaltou a importância da família no processo de inclusão. Ela destacou que essa responsabilidade está prevista, inclusive, em lei, ao lado do papel do Estado e da sociedade. Bohn elogiou o fato de o Distrito Federal ter uma Secretaria da Pessoa com Deficiência, mas acrescentou: “Ela ainda é extraordinária, precisamos lutar para que tenha orçamento próprio”.
José Façanha também falou da responsabilidade do Estado com as pessoas com Down. Ele reclamou da não-implementação de várias políticas públicas correlatas. “As leis existem, elas precisam ser executadas. A lei não é uma esmola, ela precisa ser cumprida”, frisou.
O secretário da Pessoa com Deficiência do DF, Flávio Pereira dos Santos, argumentou que a secretaria é nova, mas que tem como “missão” mudar a situação das pessoas com todos os tipos de deficiência. Ele elencou ações em várias áreas (esportes, mobilidade, emprego etc.) voltadas para diversos segmentos. Ao parabenizar os que militam pelos direitos das pessoas com Down, disse: “Diariamente, essa temática deve ser vista, valorizada e trabalhada, para que os direitos sejam garantidos e a cidadania efetivada”.
A audiência foi presidida pelo deputado Iolando (MDB), que tem como uma das principais bandeiras a inclusão social das pessoas com deficiência. “Demos um bom passo nesses três anos. As pessoas com deficiência estão ocupando mais espaços, e vamos continuar lutando por mais representatividade e respeito”, afirmou o distrital.
Data comemorativa
O dia 21/03 não foi escolhido, por acaso, para a conscientização sobre a Síndrome de Down: as pessoas com essa mutação genética possuem três cromossomos 21, em vez de dois. A data foi criada em 2006 pela organização Down Syndrome International (DSI), do Reino Unido. O tema deste ano foi: “O que significa a inclusão?”. Segundo o IBGE, há cerca de 300 mil brasileiros com a trissomia do 21.
Denise Caputo – Agência CLDF