Projeto de Lei estabelece parceria com tatuadores para cobrir cicatrizes e marcas em mulheres no DF
De autoria do deputado distrital Hermeto o projeto prevê atendimento a mulheres que sofreram traumas, como queimaduras e cortes
Foi protocolada na tarde desta terça feira (08), Projeto de Lei que estabelece parcerias com tatuadores para atendimento a mulheres que sofreram traumas, queimaduras e diferentes ocorrências, que resultaram em marca e cicatrizes na pele.
De autoria do deputado distrital Hermeto (MDB), o Projeto visa melhorar a autoestima dessas mulheres que passaram por traumas que deixaram marcas na pele. Entre as mulheres que poderão ser beneficiadas estão aquelas que que tiveram que fazer a mastectomia, que é a cirurgia em decorrência do câncer no seio. A chamada mastectomia radical retira por completo o seio afetado pelo câncer. No geral, até por prevenção, são retirados os dois seios. No local, ficam, evidentemente, cicatrizes.
“Passei uma barra quando fiz o meu tratamento de câncer no seio. Foram meses de quimioterapia, perda de cabelo, peso e no final, graças a Deus consegui vencer o câncer, mas ficaram as cicatrizes. Cicatrizes que me lembram o quanto fui forte, mas que também me fazem sentir envergonhada. Me sinto mal ao me olhar no espelho, não me sinto à vontade para tirar a roupa na frente de ninguém, e esse peso terei que carregar pelo o resto da vida. Em pesquisas vi que é possível fazer uma tatuagem para amenizar essas cicatrizes, este é o sonho de toda mulher que enfrentou uma mastectomia. Infelizmente esse procedimento não é financeiramente viável para todas nós. Um Projeto como este pode mudar as nossas vidas. ” Marília Bezerra, 34 anos, sobreviveu ao câncer de mama.
Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) este ano, previu que só no DF serão 8.820 novos casos de câncer por ano, em 2020,2021 e 2022. Destes o câncer de mama será responsável por 42,63 casos a cada 100 mil habitantes por ano.
Outra situação que poderá ser beneficiada com o projeto, são os casos de mulheres que foram vítimas de violência, especialmente a doméstica. Mulheres que, apresentam cicatrizes provocadas por corte, queimaduras, entre outras atitudes violentas praticadas contra as mesmas.
“Sem dúvida, uma tatuagem para uma mulher que, por exemplo, sofreu uma mastectomia radical ou algum tipo de violência ou mesmo um acidente, pode melhorar sua autoestima. Uma tatuagem, por exemplo, de uma flor pode cobrir uma cicatriz. Ou mesmo, dependendo da habilidade do tatuador, pode ser “refeito”, na forma de desenho, um mamilo ferido. ” Conclui Hermeto, autor do Projeto.
Por Larissa do Vale.