Vacinou? Não tem problema, pode doar sangue

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Hemocentro esclarece que doações podem ser feitas após imunização ou cura da covid-19, sem comprometer qualidade do processo

RAFAEL SECUNHO, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: MÔNICA PEDROSO

A corrida pela vacinação contra a covid-19 despertou dúvidas na população do DF em relação à doação de sangue. Não só os imunizados mas também os que contraíram a doença vêm procurando o hemocentro para saber se isso poderia impedir o gesto de solidariedade. Nenhum dos dois é impeditivo, mas é preciso respeitar orientações da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Leonardo da Costa, 22 anos, é doador de medula óssea e de sangue. Ele esteve no hemocentro, mais uma vez, 20 dias após a segunda dose da vacina contra a covid-19 | Fotos: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

Foi o caso do estudante Leonardo da Costa, 22 anos, que é doador de sangue desde os 18 anos. O jovem procurou as redes sociais da Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) para saber se já podia retornar, visto que estava seguro com relação ao isolamento social. “Tomei a segunda dose da vacina AstraZeneca há 20 dias. Como vi que tinha cumprido o intervalo necessário, resolvi doar mais uma vez”, revela.

Após repor as energias com um caprichado lanche oferecido na pós-coleta, ele conta que faz isso por amor ao próximo. “Venho com alegria ao Hemocentro pois sei que estou ajudando alguém. Há cinco anos também me tornei doador de medula óssea”, afirma.

No caso de Leonardo, era necessário aguardar somente sete dias após a aplicação da segunda dose do imunizante . Na realidade, cada tipo de vacina contra o coronavírus apresenta temporalidade diferente para se efetuar a doação de sangue. (veja abaixo).

Doação deve ser feita com agendamento prévio pelo Agenda DF ou pelo 160

Segundo a Anvisa, a medida tem o objetivo de proteger tanto o doador quanto o receptor. “E vale lembrar que é um tecido que está sendo transportado para outro corpo e ele precisa ter boa qualidade”, pontua a chefe da seção do ciclo doador do Hemocentro, Anne Ferreira.

Outras doenças também exigem a espera

Muito se fala em covid-19, mas os antídotos contra outras doenças também requerem intervalos antes de ir até o banco de sangue. “Toda vacina gera impedimento de pelo menos dois dias, como é o caso da gripe e do tétano. Já para outras como a da febre amarela e do sarampo, é necessário aguardar 30 dias”, explica Anne. Enfermeira de formação, ela acrescenta que se o indivíduo contraiu covid-19, a orientação técnica é esperar um mês após o desaparecimento dos sintomas da doença para poder doar.

O Hemocentro de Brasília teve uma baixa considerável no estoque de bolsas de sangue no período crítico da pandemia. Entre julho e outubro de 2020, o armazenamento caiu 33% em relação ao considerado ideal. No mesmo ano, o número de doações foi 5% menos se comparado a 2019. Segundo Anne, em 2021 a situação melhorou mas ainda não está nos melhores dias.

Agendamento prévio

“Atualmente, a doação é feita mediante agendamento prévio. Pedimos às pessoas que se previnam, usem a máscara. Mas, se possível, venham doar sangue já que oferecemos toda segurança aqui no hemocentro”, avisa. Os agendamentos podem ser feitos pelo Agenda DF  ou pelo telefone 160, opção 2 para evitar aglomerações. A FHB funciona de segunda a sábado.

Tempo de espera após se imunizar contra a Covid – 19 de acordo com a vacina:

Coronavac – 2 dias após cada dose
AstraZeneca – 7 dias após cada dose
Pfizer – 7 dias após cada dose
Janssen – 7 dias após a dose

O que é necessário para doar sangue:

– Ter entre 18  e 69 anos ( a partir de 16 anos é possível doar com a autorização dos responsáveis);
– Peso: a partir de 51 kg;
– Estar em boas condições de saúde;
– Estar bem-alimentado;
– Dormir pelo menos 6 horas na noite anterior;
– Não ter feito tatuagem até 1 ano antes da doação;
– Não ingerir álcool até 12 horas antes;
– Evitar fumar até 2 horas antes;
– Apresentar documento com foto.