Experiência na rede pública de saúde conta muito no currículo
O Dia Nacional do Voluntariado, comemorado nesta quarta-feira (28), é uma data especial para destacar esta via de mão dupla, que, na saúde, representa uma grande contribuição. Trata-se de um reforço profissional, sem custos para a Secretaria de Saúde e, em contrapartida, uma oportunidade de ganho de experiência que tem feito muita gente conquistar espaço no mercado de trabalho.
Atualmente, a rede pública de saúde conta com 310 pessoas trabalhando pelo menos duas horas por semana em prol dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A farmacêutica Letícia Andrade da Silva é um exemplo de como a experiência adquirida na rede pública é válida para uma vaga de emprego.
“Atuei, como farmacêutica voluntária, na Farmácia Central. Passei pelos setores de Logística Hospitalar, Laboratório de Farmacotécnica, Farmácia Clínica e, por último, na Oncologia, Central de Manipulação. Essa experiência e a minha especialização me fizeram chegar ao lugar em que estou hoje, atuando como farmacêutica oncológica”, conta.
Segundo Juliana Andrade, gerente de Voluntariado da Secretaria de Saúde, cerca de 30% dos pedidos de dispensa do serviço voluntário na pasta têm como motivo a conquista de um emprego, o que impossibilita cumprir horário no serviço voluntário.
A enfermeira Luciene Maria dos Reis foi uma dessas pessoas. “Eu queria ter experiência e já havia ouvido falar do quanto essa modalidade era enriquecedora. Passei seis meses praticamente na área vermelha e no box, onde a demanda da Enfermagem para pacientes críticos era evidente. Foi muito enriquecedor”, diz.
Experiência, aliás, é um dos objetivos de quem atua no voluntariado. “A gente termina o curso e é difícil conseguir emprego sem experiência. Então, estou adquirindo aqui. Aprendo a me comportar como enfermeira, como lidar com pacientes e também a trabalhar com poucos recursos”, diz a enfermeira Leia Cristina Abadia de Souza, atualmente voluntária no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde já passou pela Clínica Médica e, agora, atua na classificação de risco do Pronto-socorro.
Mas há quem já tenha emprego e continua atuando no voluntariado profissional, como a servidora da Saúde em Goiás, Mônica Moura Lima. “Já fui voluntária profissional na minha cidade, no Pará. Tive a oportunidade de atender pessoas de baixa renda e aprendi muito. Aqui, no HRT, também tenho tido uma grande experiência. Não recebo em dinheiro, mas ganho muito quando vejo a evolução do paciente e ele me agradecendo pelo cuidado que temos com ele”, conta.
COMO PARTICIPAR – A iniciativa Voluntariado Profissional foi lançada em dezembro de 2016 com o objetivo de reunir pessoas que possam colaborar na assistência e fortalecer a rede de serviços. A ação foi regulamentada pela Portaria nº 261, da Secretaria de Saúde, publicada em 11 de novembro daquele ano.
O documento autoriza e organiza a realização do trabalho voluntário profissional na rede de saúde de Brasília. Pelas novas regras, o serviço voluntário “é prestado de forma espontânea, não remunerada e não gera vínculo funcional ou empregatício com a administração pública direta ou indireta”.
Segundo Juliana Andrade, para atuar como voluntário, o interessado deverá apresentar a documentação necessária na Gerência de Voluntariado Profissional da unidade onde pretende prestar o serviço. Ele será, então, avaliado e aprovado pelo diretor da unidade ou por um servidor por ele designado. Caso aprovado, assinará um Termo de Adesão, que terá validade de um ano, prorrogada por termos aditivos.
“Ele não entra na escala de trabalho dos servidores, mas sua frequência é controlada. Ele pode prestar assistência mínima de duas horas e não tem limite máximo. A maioria dos profissionais, atualmente, é da Enfermagem, mas também temos de outras áreas que não da Saúde, como arquitetos”, explica a gerente.
Alline Martins, da Agência Saúde
Fotos: Mariana Raphael/Saúde-DF
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Saúde61 – 2017-1111