Encontro na Universidade de Brasília Discute Agro Indígena e Criação de Observatório Científico

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Na última terça-feira, 29 de abril, a Universidade de Brasília (UnB) foi palco de um importante encontro que uniu lideranças indígenas e cientistas em uma discussão sobre o futuro do Agro Indígena no Brasil. A reunião contou com a presença de Elisangela Teixeira de Lima, Presidente do Agro Indígena Brasil em âmbito nacional, e Cacique Messias Faustino Santana, Diretor Executivo Nacional, representando a voz dos povos indígenas do país.

O encontro teve como objetivo estruturar o Observatório Científico Nacional (OCN), uma iniciativa que busca integrar conhecimento acadêmico e práticas tradicionais indígenas para enfrentar os desafios enfrentados por essas comunidades. O Dr. Eli Siqueira Alves, pesquisador e orientador do OCN, destacou a importância dessa colaboração, afirmando que, em seus 30 anos de pesquisa, nunca havia presenciado uma estratégia tão bem elaborada que abrange o Brasil de Norte a Sul.

Durante sua fala, o Dr. Eli enfatizou a relevância do agro indígena como uma solução viável para questões que têm sido estudadas por anos, mas que frequentemente resultavam em conflitos entre ruralistas e ambientalistas. Ele ressaltou a necessidade de uma abordagem mais colaborativa e integrativa, que considere as práticas sustentáveis dos povos indígenas. A engenheira de alimentos, que compartilhou suas experiências de trabalho nas aldeias, trouxe à tona relatos de iniciativas exitosas que promovem a agroecologia e a preservação do meio ambiente.

A proposta do Dr. Eli de criar um Observatório presidido por Elisangela Teixeira de Lima visa dar um reconhecimento científico ao trabalho dos povos indígenas, promovendo a colaboração entre pesquisadores PHD de diversas áreas, como sementes, energia sustentável e reflorestamento. Essa sinergia entre ciência e saberes tradicionais é fundamental, especialmente no contexto da Amazônia, onde a conservação dos recursos naturais e a valorização das culturas indígenas são essenciais para a sustentabilidade do planeta.

Além disso, a pauta discutida no encontro também incluiu a importância da proteção dos direitos dos povos indígenas, que enfrentam constantes ameaças devido à exploração econômica e à degradação ambiental. A criação do OCN representa um passo significativo na busca por um futuro mais justo e sustentável, onde a voz dos indígenas é ouvida e respeitada.

O encontro na UnB não apenas reforçou a importância da união entre ciência e cultura indígena, mas também acendeu a esperança de que, com o apoio adequado, é possível construir um Brasil em que a diversidade cultural e a sustentabilidade andem lado a lado. A colaboração entre as comunidades indígenas e os pesquisadores pode, portanto, representar uma nova era de entendimento e respeito mútuo, essencial para a preservação da rica biodiversidade da Amazônia e dos modos de vida tradicionais.