Nas sessões da Câmara Legislativa desta terça e quarta (23 e 24) o deputado João Cardoso (Avante) cobrou do governo do Distrito Federal a imunização contra a Covid-19, em caráter de urgência, de todos os profissionais ligados à Educação. Professor da rede pública de ensino há 25 anos, o parlamentar também criticou a falta de “sintonia” e transparência do GDF sem a apresentação de um plano estratégico para o retorno às aulas, previsto para o dia 8 de março.
Na ocasião, João Cardoso, que possui dois filhos matriculados em escolas públicas de Sobradinho, destacou algumas das principais dúvidas que tem preocupado a comunidade escolar, como a contratação da merenda, medidas de utilização de bebedouros e transporte escolar, e a substituição de docentes que não poderão ministrar aulas presencialmente durante a pandemia.
“Acho que está sendo irresponsável esse retorno das aulas presenciais sem as devidas providências, assim como também a falta de vacinação de todos os envolvidos na educação, desde os professores ao transporte escolar. Como vamos colocar essas pessoas em contato com as crianças, que são assintomáticas, juntas?”, critica.
“Quem não é professor e quem não tem filho nas escolas, não sabe o que está acontecendo. Sou contra esse retorno sem a segurança necessária e sem a vacinação de todos os envolvidos na educação.”, acrescentou.
Repasses “estranhos”
O distrital também questionou a discrepância dos valores repassados por meio de transferência direta aos estabelecimentos escolares por meio do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira, o PDAF ordinário, publicado na última semana. João Cardoso classificou como “estranha” a distribuição dos valores às regionais de ensino.
“Todos os coordenadores que eu conversei não conseguiram me explicar como que foi feita essa divisão dos valores”, afirmou.
Na ocasião, João Cardoso apresentou um levantamento feito por sua equipe técnica que demonstra a diferenciação dos valores em diferentes regiões administrativas.
“O Plano Piloto recebeu cerca de R$ 4,5 milhões de custeio e R$ 3 milhões de capital (para a compra de materiais), enquanto Ceilândia, maior cidade do DF, recebeu R$ 270 mil e R$ 120 mil, respectivamente. Como e por que o Plano Piloto recebeu 4 milhões de custeio. Espero que a Secretaria de Educação explique esse absurdo?”, questionou João Cardoso.