Palestra sobre coronavírus reúne mais de 170 pessoas no Hospital de Base

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Objetivo foi o de esclarecer dúvidas sobre a doença, como sinais, sintomas, diagnóstico e tratamento

Mais de 170 pessoas, entre profissionais de saúde, estudantes e público em geral compareceram a palestra Síndromes Respiratórias Associadas ao Coronavírus, nesta segunda-feira (3), promovida pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF). O evento foi realizado no auditório do 12º andar do Hospital de Base e transmitido para mais duas salas de ensino no mesmo pavimento. Além de palestras, o IGESDF está realizando campanhas educativas, afixando cartazes para orientar a população sobre a prevenção, bem como esclarecendo o público pelas redes sociais, Facebook e Instagram.

“Todos os coronavírus que afetam os humanos têm origem animal e o primeiro foi identificado em 1960. Algumas vezes, eles ultrapassam a espécie animal e atingem o homem”, explicou o chefe do Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar, Julival Fagundes Ribeiro, que ministrou a palestra.

Segundo ele, o nome da doença foi dado em razão de o vírus ter em sua estrutura espículas que se assemelham à coroa.  Os coronavírus causam infecções respiratórias que podem ser de leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum.

Uma delas foi a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), identificada em 2002, que teve origem de morcego, migrou para um tipo de gato e depois começou a afetar o ser humano. A taxa de mortalidade foi de quase 10%, com mais de oito mil pessoas infectadas, ultrapassando 700 óbitos.

O médico citou também a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), identificada em 2012. O vírus migrou do morcego para o camelo, até chegar ao homem, causando severa infecção pulmonar. A taxa de letalidade foi de 30%, mas não houve registro de casos no Brasil. A MERS matou 858 pessoas de apenas 2,5 infectadas.

“Já o vírus que surgiu em dezembro de 2019 é um novo coronavírus e não temos proteção contra ele”. Não sabemos ainda a origem, mas acreditamos novamente que veio do morcego.

A transmissão ocorre de pessoa para pessoa, mas, não está claro quanto tempo sobrevive o vírus no ambiente ou superfície.

Segundo o médico, há pacientes que estão com o vírus e não manifestaram sintomas clínicos, mas podem transmitir a doenças. Por isso, a quarentena é de até 14 dias, período de incubação máxima tendo por base o que foi relatado nas epidemias anteriores.

“Sabemos que os principais sintomas são tosse, febre subjetiva ou confirmada e falta de ar. Porém, há também pessoas que relatam náusea, vômito e diarreia. Nos casos graves, pode ocorrer sepse (infecção generalizada) e falência dos órgãos, sobretudo, em crianças, idosos e pessoas com imunidade suprimida”, relatou. 

Julival Ribeiro ressaltou que a mortalidade do novo coronavírus é considerada baixa, comparando com o H1N1, que registra 17% de letalidade e ao ebola, que foi de 40%.

“Para fazer o diagnóstico da doença, é necessário colher a cultura nasal ou nasotraqueal, enviar para o centro de referência, no caso, o Laboratório Central da Secretaria de Saúde, onde será feita o exame de biologia molecular”, ressaltou. 

Atualmente, não existe medicação específica para o vírus. O tratamento é feito com base nos sintomas de cada paciente.