Agência Brasília* I Edição: Débora Cronemberger
Comparado a 2019, o número teve um recuo de dois pontos percentuais (3,7%). Na atividade econômica, foi observado um impacto negativo nos resultados devido aos impactos da pandemia de covid-19. Em volume de variação real, o DF teve sua segunda variação negativa de -2,8%, desde o início da série histórica iniciada em 1985. A primeira ocorreu em 2015 (-1,0%).
Na região Centro-Oeste, a capital ficou com o menor desempenho econômico, atrás de Mato Grosso do Sul – que cresceu 0,2% -, Mato Grosso, com variação nula, e Goiás, com recuo de -1,3%.
O comportamento da retração nas economias do Brasil e local ocorreu de formas e intensidades distintas, devido às diferenças das estruturas econômicas. As características da estrutura produtiva regional, pautada essencialmente pela dinâmica do setor de serviços e com grande influência da atividade pública, conferem ao DF mais estabilidade, tanto em períodos de crise quanto de progresso econômico.
Ótica da produção
Da contribuição individual de cada atividade econômica ao valor adicionado bruto da economia, o setor agropecuário obteve a menor participação na estrutura produtiva brasiliense. Ao longo de 2020, o grupo totalizou R$ 1,6 bilhão de valor adicionado bruto.
Em comparação com o PIB do ano anterior (2019), houve um aumento de 0,4% para 0,7%, respectivamente, gerando a maior participação desde o início da série histórica em 1985. O movimento positivo ocorreu apesar da pandemia de covid-19, que afetou os demais setores. Em níveis nacionais, a agropecuária apontou crescimento médio de 4,2%.
A indústria demonstrou queda em volume de 0,8% no mesmo ano, quando confrontado com 2019. O agrupamento gerou ao valor adicionado R$ 10,9 bilhões. Apesar do recuo em termos reais, houve alta dos preços médios praticados no setor. A participação relativa no valor adicionado total aumentou de 3,9% para 4,6% em 2019/20. No cenário federal, o setor industrial contraiu 3%.
Já o grupo de serviços, que predomina na economia do Distrito Federal, contraiu 2,8% no período de comparação (2019 e 2020). Com valor adicionado bruto de R$ 227,815 bilhões em 2020, perdeu o posto de participação relativa na economia distrital, passando de 95,7% para 94,8% nos dois últimos índices. A queda foi resultado, em especial, dos impactos da pandemia, que restringiram a produção e o consumo de serviços, onde nove das 11 atividades apresentaram volume negativo.
A análise de remuneração dos empregados, excedente operacional bruto, rendimento misto e outros impostos sobre produção – a Conta da Renda no DF – apontou que o vencimento dos trabalhadores atingiu R$ 157,066 bilhões em 2020. Sua contribuição para o PIB do DF aumentou entre 2019 e 2020, saindo de 55,5% para 59,1%.
Os resultados do excedente operacional bruto e rendimento misto, apresentados em conjunto, alcançaram R$ 81,322 bilhões no ano, representando 30,6% do PIB do Distrito Federal – 1,9 ponto percentual menor que o do ano anterior (32,5%).
Em relação a impostos sobre produtos, líquidos de subsídios (R$ 25,466 bilhões) e outros impostos sobre a produção (R$ 1,993 bilhões), o valor adicionado foi de R$ 27,459 bilhões. Juntos representam 10,3% do PIB da capital e 14,5% do nacional.
Confira o Relatório do PIB do DF 2020 na íntegra e o sumário executivo.
*Com informações do IPEDF