
Brasília, 31 de Outubro – O debate sobre a origem do armamento do crime organizado no Brasil ganhou um tom de desafio aberto no Distrito Federal. A disputa colocou em lados opostos o pretenso candidato ao GDF, Ricardo Capelli, e Alysson Lopes, empresário de clube de tiro e Presidente do PL Defesa no DF.
Em seu vídeo, Ricardo Capelli apresentou a tese de que a origem do armamento pesado para o crime se concentra em duas fontes. A primeira seria o contrabando, citando o “sumiço de 17 mil fuzis e pistolas num único ano no Paraguai”.
A maior controvérsia, contudo, reside na segunda fonte citada: os clubes de Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs). Capelli sugeriu que o aumento de registros de roubos e furtos é suspeito, questionando se os CACs “estão apenas esquentando o desvio de armas para o crime organizado”.
Alysson Classifica Fala como “Sem Lastro” e Lança Desafio
Alysson, respondendo de forma veemente em sua publicação, não poupou críticas. Ele classificou Capelli como um “forasteiro” que “não entende nada de segurança pública” e cuja fala é “leviana, irresponsável e afrontosa”.
O Presidente do PL Defesa DF, em um movimento de endurecimento do debate, desafiou formalmente Capelli para um confronto direto. Conforme o trecho de sua legenda:
“Chega de narrativa sem lastro… Não aceitaremos que se criminalize quem treina, trabalha e cumpre regras. Quer debate? Traga dados. EU TE DESAFIO PARA O DEBATE!”
Alysson rejeitou categoricamente a tentativa de Capelli de “vincular o crime organizado ao tiro esportivo”, classificando-a como “irresponsável e inconsequente”.
Defesa do Setor e Fatos Apresentados
Em sua defesa do setor de tiro esportivo, Alysson buscou desmistificar a ligação com o crime, apresentando “fatos, não boatos”:
Rastreabilidade: Ele destacou que “Clube regularizado vive sob cadastro, nota fiscal, rastreabilidade e fiscalização,” e que o “Atleta/CAC tem CR, endereço, histórico e auditoria.”
Origem do Crime: O empresário reforçou que o “Crime organizado se abastece em rotas ilegais, não em stand de tiro que cumpre a lei,” rechaçando a tese da “arma legal” como fonte principal.
Ele também criticou a ineficácia das políticas anteriores de Capelli, citando o recadastramento de armas que foi “um tiro na água” e revogado pelo Decreto 11.615, apesar de garantir uma adesão superior a 99%.
Alysson finalizou a gravação, reforçando que seu clube de tiro colabora com a segurança, fornecendo “treinamento gratuito às instituições do Distrito Federal e do Brasil, marinha treina conosco, polícias treinam conosco, exército treina conosco.”
O desafio de debate lançado por Alysson coloca o controle de armas e a segurança pública no centro das discussões políticas do DF, aguardando-se uma resposta de Ricardo Capelli.





