Chamados de pássaros do amor, os agapornis fizeram jus ao seu apelido na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Paranoá. Quando foram levados para o viveiro instalado na área central da unidade, reproduziram-se e formaram uma família de passarinhos. Coloridos, alegres e prontos para brincar, tornaram o ambiente mais agradável e ainda contribuíram para melhorar a relação entre os servidores.
A mudança foi perceptível por todos que frequentam o local, como lembra a gerente da UBS, Marília Franco. “Antes, a estrutura aqui era pouco acolhedora e impessoal. Mas depois do viveiro, ficou mais humanizado. As pessoas começaram a interagir e conversar entre si, ter trocas. Os passarinhos trouxeram essa leveza para o dia a dia”, disse a gerente.
A alegria dos passarinhos foi o passo inicial para trazer mais vida ao ambiente. No viveiro, os servidores fizeram uma árvore de papel com a data de aniversário dos funcionários, além de um “varal de fotos”. Logo depois, também se sentiram motivados a melhorar o espaço de convivência da UBS.
“Queríamos humanizar o espaço, e aos poucos, isso foi trazendo uma mudança geral. Os servidores foram comprando enfeites e móveis, tornando o local mais confortável. É satisfatório ver essa mudança de comportamento, até porque eles passam mais tempo aqui do que em suas casas, então é importante tornarem os seus espaços mais agradáveis”, contou Marília Franco.
As melhorias contribuíram, inclusive, para reduzir o absenteísmo da unidade. “Os afastamentos repetitivos, motivados por dores de cabeça, nas costas, diminuíram bastante. Provavelmente porque impactamos positivamente as pessoas”, comentou a gerente.
E pensar que tudo isso começou há pouco mais de um ano, quando a equipe de saúde decidiu dar uso a uma área antes reservada a um jardim de inverno. As plantas não foram pra frente. Mas o espaço de vidro vazio era perfeito para instalar um viveiro. Foi quando a nutricionista Marcela Illari decidiu levar à UBS um par de agapornis que tinha de estimação.Tuco, de cor azul e cabeça branca, e Tula, amarela com laranja, se uniram e deram cria ao primeiro casal de passarinhos nascidos na UBS, batizados carinhosamente pela equipe de “SUS” e “SES”. Logo depois, vieram seus filhos, Bino e Ilda. Monogâmicos, essas aves elegem um parceiro com quem decidem passar o resto de suas vidas. Ao longo do tempo, todos se mostraram bastante sociáveis e afáveis.“Todo mundo saiu ganhando. Os passarinhos se deram bem e melhoraram o espaço de convivência dos servidores. A reclamação do dia a dia também diminuiu. Os servidores passam pela copa, olham o viveiro, dão uma acalmada, sorriem, se distraem, o que melhora o ambiente”, diz Marcela.
Para manter o espaço, um dos vigilantes costuma trazer a comida dos passarinhos, enquanto o pessoal dos serviços gerais faz a limpeza do viveiro. “São contribuições que ajudam muito no dia a dia. A medida que mais agapornis forem nascendo, vamos vendo quem se preocupa com eles e tem interesse em criá-los em casa”, ressaltou a nutricionista.
Agapornis
De origem africana, os agapornis lembram minipapagaios, com 13 a 17 centímetros de tamanho. Assim como seus primos maiores, eles têm a capacidade de aprender truques. Vivem cerca de 12 anos, mas existem registros de espécimes chegando a 20. Também são conhecidos por serem afetuosos com aves da mesma espécie e com seus donos.