Se você mora ou trabalha no Distrito Federal e já recebeu familiares, amigos e colegas de trabalho de fora da cidade, provavelmente já ouviu a expressão “não tem nada para fazer em Brasília”.
Esse tipo de pensamento é um engano muito comum. A capital federal tem vários atrativos turístico e de entretenimento. Mas o acesso à informação é ruim. Isso foi o que constatou um grupo de operadores turísticos da cidade durante encontro com a empresária Valéria Linhares, que já atuou no segmento de hotelaria e, hoje, disputa uma vaga como deputada distrital.
Segundo o diretor da Interglobe Tours de Brasília, Márcio Bessa, o governo do Distrito Federal não dá atenção para a atração de turistas. “Brasília tem museus, teatros, festivais de música, jogos esportivos, turismo cívico, turismo de aventura, feiras, congressos, seminários… Enfim, uma enorme variedade de atrações. Mas nenhum governante institui política pública para condensar tudo isso em um material informativo e tentar convencer o turista que vem a capital, geralmente à negócios, a passar mais um dia na cidade”, relata.
Ainda segundo Bessa, o turista que passa mais um dia, gira recursos na capital com mais uma diária, mais transporte, mais duas ou três refeições nos nossos restaurantes, fora a movimentação dos atrativos característicos da cidade. “O Município de Salvador, por exemplo, voltou a fazer isso com mais intensidade nos últimos dois anos e recolocou a cidade no mapa do turismo nacional e internacional. Aqueceu a economia local como um todo”, destacou.
Valéria Linhares ressaltou que a capital tem uma grande estrutura para receber eventos e turistas. “Temos uma rede hoteleira bem estruturada, atrativos culturais, várias opções de lazer. Somos uma cidades considerada patrimônio histórico mundial. E o turista que deseja visitar lugares próximos, com o Município de Pirenópolis, acaba usufruindo de serviços de turismo receptivo que partem de Brasília”, relembra. “Nos últimos dez anos, em todo Brasil, um a cada cinco empregos foi gerado pelo turismo. Precisamos aproveitar melhor esse potencial. O turismo tem interações diretas ou indiretas com 52 outras atividades econômicas, constituindo uma malha ampla e complexa de oportunidades que precisam de um olhar e cuidado especiais”, defendeu Valéria.
O diretor da Associação Brasileira de Agentes de Viagem no Distrito Federal (Abav-DF), Moisés Pontes, relembrou que outro problema em Brasília e a baixa qualificação profissional das pessoas que disputam uma vaga de emprego relacionada ao turismo. “A capacitação de quem trabalha no turismo precisa ser competitiva. Cidades como Rio de Janeiro e São Paulo têm mais gente melhor qualificada do que em Brasília. E isso é muito ruim porque muitas vezes é preciso trazer gente de fora da cidade para trabalhar. Pior, algumas empresas acabam transferindo algumas operações para outros estados. Assim, o emprego e renda saem da cidade. Isso precisa mudar. E o turismo no DF não tem ninguém que represente o setor junto ao governo”, desabafou Ponte.
A empresária Valéria Linhares, após ouvir essas e outras demandas do setor, comprometeu-se em representar o Turismo na Câmara Legislativa do Distrito Federal. “Esse é um segmento que eu tenho um carinho particular, exatamente por ter trabalhado com hotelaria. Conheço de perto as dificuldades para encontrar profissionais qualificados e soluções para aquecer o turismo receptivo. E esse é o meu compromisso com vocês: trabalhar por políticas públicas que fortaleçam empresários e profissionais da cidade”, disse.
“Do lado do empresário, vou atuar para a desoneração de impostos, já que o DF tem a maior carga tributária do Brasil, e pelo aquecimento do nosso mercado com a promoção da nossa cidade em feiras nacionais e internacionais de turismo. Já entre a população economicamente ativa, vou propor e estimular parcerias para a capacitação desde a escola. Só com essas medidas vamos destravar a economia do DF e gerar emprego e renda para os mais de 300 mil desempregados da cidade”, detalhou Valéria.
Valéria Linhares também destacou a importância de ouvir as demandas da sociedade. “Fazer essa escuta com as pessoas, empresários, população em geral, é muito importante para auxiliar a atuação do nosso mandato. Contem comigo porque eu já estou contando com você”, comprometeu-se.